MEUS SAPATOS ROTOS**

Quem sabe dos meus pés

são meus sapatos rotos

e minhas meias furadas.

Quem sabe o caminho

são minhas pernas cansadas

e a própria estrada.

Não ouço papo de aranha.

Ninguém indica o bom.

Quem sabe o esconde pra si.

Ninguém fará por mim.

Quem tentou fracassou,

quis voar com minhas asas.

Ninguém decide por todos.

Não delego a minha parte.

Erro sozinho e em paz.

Ninguém leva meu voto

pra soberano, mandatário.

Sou eu meu próprio rei.

Tenho dito e acredito:

Sou minha própria diretriz.

Pés do chão e deus no alto.

co-araujo@uol.com.br