Começo

Cansada de esperar

e de estar sozinha,

pedi um Amor de presente.

Pedi aos meus anjinhos

e aos céus, que me ouvissem.

Mandei uma cartinha,

simplória e objetiva

que meu Amor,

teria de me entender

de saber de mim

de todas as minhas mágoas

e do quanto foi sofrida minha caminhada

Ele teria de ser ele mesmo.

Sem vínculos, sem nada.

Que pensasse em ser feliz

porque o sol brilha,

porque a lua está lá

e o mar sempre

entre nós dois a murmurar

as loucuras de nosso Amor.

Ele chegou, já faz algum tempo

e até agora, só tenho a agradecer.

No meu entardecer da vida

readquiri sobrevida,

e ânimo para lutar por algo

que não mais me conduzia,

achei o meu norte e por sorte

vim morar em uma ilha,

que é como meus sonhos da vida inteira

pela janela do meu quarto

avisto o horizonte,

onde o céu faz fronteira com o mar

e todos os dias, seja chuva ou faça sol

ele está aqui, ao meu lado

para me mostrar a beleza que é a natureza

e que horário é o do relógio dos outros

o nosso, é atemporal

e por isso mesmo vivemos

nossa vida normal

sem atropelos

sem nenhum apelo

vivemos para nos amar,

sem cobranças,

livres em nossa individualidade

que reina entre um e outro cômodo de nossa casa

e que lugar em comum é nossa cama,

onde à noite vem

e estou no aconchego de seus braços

e quando amanhece ainda estamos lá

sorrindo ao acordar.

09:32 h - 10/11/2004

Rosy Beltrão
Enviado por Rosy Beltrão em 30/11/2004
Reeditado em 30/11/2004
Código do texto: T339