Sopro de vida

Sinto o peso do mundo nos meus ombros,

Me sinto embaixo de escombros,

Coberto por lama e poeira.

Traído por um amigo,

Procuro abrigo na minha cama

E me escondo no sono!

Acordo com a ferida ainda aberta,

Me cubro inteiro com a coberta,

Fecho os olhos,

A dor me abriga.

O pensamento me obriga

A ficar alerto.

Me sinto pela metade,

Parte do corpo amputado,

Projetos anulados,

A vida por um fio.

Um vazio na alma,

Os sentimentos congelados,

Como navio que naufraga no Alasca.

Sinto o gelo paralisando meu corpo

Estou morrendo aos poucos

Com dor de mil facadas.

Mas não mereces minha morte

Nas águas frias do polo norte.

Me levanto impulsionado por um sopro de vida que me resta,

Olho pela fresta da janela, vejo o céu, o sol, a luz do dia!...

Súbita alegria contrasta com a angustia agonizando.

Não mereço o que estou passando

E te deixo nas profundezas do oceano.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 15/12/2011
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