MERAS IDIOSSINCRASIAS
A vida se desvela ante mim,
Matizes, imperceptíveis nuances,
Nasce um súbito desejo
De narrar em romances
Tudo o que sinto e vejo:
Mesa de bar, mulheres, música, luar,
Palavras, rimas, metáforas, sintaxes,
Dores, alegrias, indescritíveis faces.
Papel sobre a mesa – nada escrito,
Na mente, inenarráveis lances:
Meras idiossincrasias do meu espírito;
“Ainda que eu soubesse todas as línguas dos homens,
E mesmo a língua dos anjos”,
De nada me adiantaria:
Não sei escrever romances,
Não quero fazer profecias,
Estou farto de filosofias
E a vida não se resume em poesias.