Retrato de Saudade
Um cabloco no pé da serra,
lá longe onde o mar se encerra,
de calça "pula-riacho" e de violão colado ao peito.
Cantando "moda de viola", de saudade ele até chora,
por um amor que não tem mais jeito...
E a lua que tão só desponta,
onde o olhar doce aponta
reza baixinho uma prece,
e esquece a traição...
da morena ordinária,
que fez do amor reforma agrária
e plantou em sua alma
mudas de desilusão.