MEU BARRACO

No meu barraco de zinco,

Hoje sem luz e sem cor,

Não tem porta, não tem trinco

É só soluços de amor

Esse meu barraco é de chão batido

Com moveis improvisados

Tabuas servem de cama

Onde o meu sono é embalado

Tijolo de barro adobe

Com uma porta e janela de frente

Tem um corredor profundo

E uma única porta de fundo

Esteira é o meu tapete

Que na sala se faz enfeitar

A mesma esteira me serve

Para os meus sonos embalar.

O telhado é variado

Zinco, papelão amassado

Não nego, vários buracos

Por onde o vento procura entrar

No fogão de lenha e carvão

Cozinho uma coisa, não minto

Colher de pau vai mexendo

A ilusão do faminto

Com toda essa descrição

De nada me arrependo

Independente de tristeza e miséria

Nesta casa vou vivendo.