O QUARTO
Ah! Esses amores antigos,
que se parecem aos velhos castelos,
portas que rangem
– dolentes –
sobre fechaduras tão gastas.
Aquelas teias no teto
pingentes translúcidos
ao sol da manhã.
Velhos brasões de família,
bordado de chaves ancestrais,
o retrato com a moldura descascada
e antigas fotografias na parede.
Janelas abertas no sorriso da mulher
a esperar o Amado:
em nova aurora de descobertas...
E, à luz da liturgia da novidade,
eis que a porta da alcova se abre
para sacramentar a Poesia.
– Do livro O EU APRISIONADO. Porto Alegre: EditorArt – RB Editor, 1986, p. 11. Poema reformado.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3387952