CIÚME
O meu eu é um eu que amo
Com imensa vantagem: conheço-me e desconheço-me.
Tenho nisso um prazer,
Com tanta e resoluta visão,
Que não me cobro porque me sei
E me encanto com o que em mim desconheço.
Entro-me em absoluto amor e assombro!
Vejo-me múltipla, facetada.
Espelho-me e espalho-me em reflexos...
Amo imensamente o que desconheço,
E ao que conheço dou lugar sagrado.
Essa mistura de me ver Persona e Sombra
É o encantamento desvendado, puro,
Real de todo o meu ser.
É mundo tão vasto aonde me sou
Que ciúmes de mim a outro ser traz...
Quem me acompanha na jornada
Não é capaz de aceitar o ser que tanto amo.
É temerário seu ver-me.
É o desconhecer que o amedronta,
Que, em ciúme, faz gaiola,
E a mim um ser-pássaro-sem-asas,
Poeta-sem-pena.
Hífen reticente.
Ilustração: desenho exercício 2 Mulher de Divina Jatobá
O meu eu é um eu que amo
Com imensa vantagem: conheço-me e desconheço-me.
Tenho nisso um prazer,
Com tanta e resoluta visão,
Que não me cobro porque me sei
E me encanto com o que em mim desconheço.
Entro-me em absoluto amor e assombro!
Vejo-me múltipla, facetada.
Espelho-me e espalho-me em reflexos...
Amo imensamente o que desconheço,
E ao que conheço dou lugar sagrado.
Essa mistura de me ver Persona e Sombra
É o encantamento desvendado, puro,
Real de todo o meu ser.
É mundo tão vasto aonde me sou
Que ciúmes de mim a outro ser traz...
Quem me acompanha na jornada
Não é capaz de aceitar o ser que tanto amo.
É temerário seu ver-me.
É o desconhecer que o amedronta,
Que, em ciúme, faz gaiola,
E a mim um ser-pássaro-sem-asas,
Poeta-sem-pena.
Hífen reticente.
Ilustração: desenho exercício 2 Mulher de Divina Jatobá