A CASA NA MONTANHA

Uma sala de bom gosto,
Luz vaga emprestando sossego,
Na parede um quadro quebrando a palidez,
E é nele que meus olhos se prendem,
É para ele que meu olhar me encaminha.

E nele adentro e nele me vejo inteiro e real,
Avisto a casa dependurada na montanha,
Que me chama na voz cândida do vento,
Que sopra do mar, envergando as palmeiras,
Invadindo meus sonhos e pintando devaneios.

Caminho em meio a mata tropical, verdejante,
Subindo a trilha, cheirando a relva ainda úmida,
Ate os pássaros e grilos eu ouço, e sigo e chego.

Chego no terreiro, respiração ofegante,
Coração palpitando no corpo inteiro,
E sento para descansar na pedra que se faz escada,
Na porta aberta da casa bangalô, madeira bruta, envelhecida,
Janelas abertas, a luz do sol entrando, alegre.

Árvores pomposas ao redor,
O caminho defronte que segue subindo a montanha,
E lá embaixo, longe e perto, o azul do mar, que vadia,
Sem presa, sem muro nem fim.

É, acho que vou ficar por aqui,
É bem aqui o lugar que sempre sonhei, o meu lugar,
Bem assim, com essas cores e esse aroma,
Aqui vou deixar a vida passar, como as trovoadas,
Entre chuvas, ventos, cantigas e bonança.

- Ei!!!...... Aceita uma bebida?

- Quê???!!!!!!




Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 13/12/2011
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