Espanto-me

Espanto-me ao te ver sorrir

Com tanta simplicidade

Com jeito de quem quer fingir

Que a regra da vida é sonhar

Que o amor é navio que viaja

Por tantos lugares

Mas leva consigo a vontade

Tão terna, tão simples vontade

De em porto seguro atracar

Espanto-me ao te ver mentir

Sem prumo, sem dignidade

No afã de querer encobrir

O que se tentou revelar

Que o amor é um rio que navega

Por tantas paisagens

Mas leva consigo a vaidade

Tão longa, soberba vaidade

De um dia tornar-se alto mar

Espanto-me ao te ver partir

Sem rumo, por todos os ares

Sem mesmo tentar descobrir

O que lhe restou do lugar

E assim nosso amor chega ao fim

De sua última tarde

E encerra consigo a saudade

Tão fria, tão franca saudade

E nunca mais regressar...

Caio Vitor Lima
Enviado por Caio Vitor Lima em 13/12/2011
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