Aposta
Busquei meu futuro em ases de cartomante
Quiromante minhas mãos lançou seu olhar
De azar, jogos fui apostar minha sorte
Nem o dia da morte se deixou revelar
Rolam lágrimas frias de meus olhos soturnos
No escuro caminho junto ao meu talismã
E em sã consciência sigo em frente, indeciso
Sem saber quais perigos surgirão de manhã
Se construo nos versos o meu falso destino
Descortino o caminho para a despedida
E das lidas palavras dessa posta-restante
O que resta é o instante de uma aposta perdida
Que esperar da aurora, tão suspeita, imprecisa?
Que dizer desta vida, rotineira estação?
Coração bate fraco, em compasso de vento
Dos meus pés sinto o tempo escoar pelo chão...