Ode ao Sertão
Nestas tardes de verão, de sol a pino
onde o tempo se atormenta à claridade
onde o chão resiste inculto e inteiro arde
se equilibra a plantação, vasta de espinhos
O coração do sertanejo chora baixinho
olhos secos, refletindo a imensidade
de um Sertão grande, de valente mocidade
de um Sertão bravo, tão severo e tão sozinho
Das macambiras, açucenas e quadrilhas
do gado magro, chapéu de couro do vaqueiro
panos de chita, do Reisado e do Guerreiro
ergue-se um povo a cantar suas maravilhas
E nas noites de luar o Sertão vibra
estremece nas cordas de um violeiro
cantos de ouro, versos simples e brejeiros
rendem-se às glórias de um Sertão farto de vida!