Décima terceira vez

Eu vi um feto em crescimento

Numa base central uterina

E imaginei naquele momento

Se era menino ou menina.

Conforme movimentava o sonar

O feto fazia uma pose

E muito feliz naquele lugar

Que já havia gerado doze.

A mãe uma jovem de media idade

Que olhando me parecia

Demonstrando enorme felicidade

Nesse exame de ultrassonografia.

Ali deitada naquela cama

Inibida pela timidez

Com uma beleza nativa de dama

E mãe pela décima terceira vez.

Ela guardava no peito muita esperança

De um dia ter uma vida melhor

Para dar amparo á aquelas crianças

Do mais velho até o menor.

Muito atento naquela imagem

Avistei uma pequena mão aberta

Não sei se queria passar uma mensagem

Ou se ajeitava no ventre a sua coberta.

Foi engraçado e me fez sorrir

Teve para mim um doce sabor

Pude pensar e resumir

Poderia ser no futuro um doutor.

Sei que não é irrelevante pensar

Pois o futuro a Deus pertence

Mas das profissões que optar

É só trabalhar que conquista e vence.

E na outra mãozinha quase escondida

Parecia segurar uma chupeta

Numa imagem turva e despida

Naquela placenta planeta.

Mexia de vez em quando

Talvez procurando melhor conforto

E enquanto seu corpo ia se formando

Afastava a possibilidade de um aborto.

Nisso o exame chegava ao fim

E aquele bebê já estava sentado

Parecia até que sorria pra mim

Deixando-me alegre e entusiasmado.

Como esse poema que eu criei

Que pode ser verdade ou um mito

Como esse filhinho que não plantei

Porém tem um pai e eu acredito.

Francisco Assis Silva é Bombeiro Militar

Email: assislike@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 13/12/2011
Código do texto: T3385939
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