Enigma dos mortais
Antes que me abracem os Anjos
Ou que me devorem demônios
E me comparem com padrões de morais,
Quero ser simples e verdadeiro,
Um homem chamado desejo,
Tudo isso e nada mais!
Antes de todos os ciclones,
Sendo insólito e menos insone,
Sem tocais e sem punhais.
Quero o azul desse planeta,
Zum, zum, zum e borboleta
Com tom de cores florais.
Antes do que é sabido pelo que vejo,
Um violino e um violão sertanejo
E luz iluminando cristais.
Antes que o tempo me definhe por inteiro
Celebro com meu Santo Padroeiro
O lado místico de ritmos e rituais.
Tudo é breve e tudo finda
E só por um instante ainda
Lembrar de inícios sem finais.
A sorte a mim foi lançada
E por sentir vidas passadas
Sei de coisas de velhos umbrais.
O estigma me marcou com calma
Mas só a morte nos rouba a alma
Enigma de todos nós, mortais!...