Enigma dos mortais

Antes que me abracem os Anjos

Ou que me devorem demônios

E me comparem com padrões de morais,

Quero ser simples e verdadeiro,

Um homem chamado desejo,

Tudo isso e nada mais!

Antes de todos os ciclones,

Sendo insólito e menos insone,

Sem tocais e sem punhais.

Quero o azul desse planeta,

Zum, zum, zum e borboleta

Com tom de cores florais.

Antes do que é sabido pelo que vejo,

Um violino e um violão sertanejo

E luz iluminando cristais.

Antes que o tempo me definhe por inteiro

Celebro com meu Santo Padroeiro

O lado místico de ritmos e rituais.

Tudo é breve e tudo finda

E só por um instante ainda

Lembrar de inícios sem finais.

A sorte a mim foi lançada

E por sentir vidas passadas

Sei de coisas de velhos umbrais.

O estigma me marcou com calma

Mas só a morte nos rouba a alma

Enigma de todos nós, mortais!...

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 13/12/2011
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