Sol Acolhedor
Debaixo de um sol acolhedor,
Ligeira descia para a fonte,
Vinda do cimo monte,
Formosa como uma flor!
Na cabeça a cântara deitada,
Um avental de cor garrida,
No peito uma margarida,
E pelo sol a cara queimada!
Num murmúrio a água da bica,
Viva e clara pela telha escorria,
Pouca ou nenhuma se perdia,
Porque dentro da cântara fica!
Mais além passa o ribeiro,
Onde vão as mulheres lavar,
O bater da roupa se ouve no ar,
E das barrelas se sente o cheiro!
E enquanto a cântara enchia,
Ali estava deslumbrada,
Pela beleza fascinada,
Da clara água que ali corria!
Seu olhar em redor se perdia,
Pela natureza arrebatada,
Na fonte ficou sentada,
Usufruindo de tanta magia!