PRETENSÃO
Ali estava eu
aos pés do Mestre dos Mestres,
pregado na cruz do século vinte.
Espectador atento
e simples aprendiz
não vi giz,
nem notas, nem planejamentos,
somente momentos de amor,
carinho e dedicação.
Não vi cadernetas, nem lição.
As papeletas e livros didáticos
não tinham espaço de utilização
e nenhum passo ditado por métodos.
As carteiras e compassos
eram campos e ramos.
O sinal era o cantar dos pássaros
e a escola o mundo.
E um profundo sentimento de impotência
assumiu o vazio das ações
da minha pobre docência
alimentada por pretensões.