O Relicário

Na solidão destinada

O querer desobediente do Amor

Obstinação estranhamente enraizada

É fervor intransigente do calor

Ah doce menina azulada

E sua sina de não-ter-amor

Como eu queria ter a face beijada

Pelos seus lábios sinuosos de dor!

Quem sabe das almas entrelaçadas?

E das mentes resistentes ao ardor?

Das flores fugidias rosadas

Tu és a mais bela e encantada

Que o olhar já capturou

Em fortuitos encontros no beira-rio

Revelei-te o encanto de confluente brio

Trazendo o relicário das nossas recordações

E enchendo o vazio d'nossos corações

Oh linda dama do dia que parece noite

Confia ao vazio, chance de preenchimento

Revela ao mistério, teus desejos esguios

Sabendo que o amor inventado

Pode ser transformado

Num paraíso encarnado, poetizado

Na decisão de, lado a lado,

Simplesmente Acreditar!