Aos sessenta, setenta...
Aos oitenta anos...
A nossa grande gloria foi chegar
Aos sessenta, setenta...
Inesperados oitenta anos...
Hoje somos frágeis
E quase dependentes...
Foram-se os músculos
Foram-se os sonhos
Sábios por pouco instantes
Tolos o tempo todo
E por todo tempo que nos restar...
Calamos diante dos mais novos
Diante de suas altivezes
Da suas insensatezes
Das suas jovialidades
Externamos a nossa timidez...
Fora-se o tempo em que julgávamos
O semelhante, pobre, rico ou ignorante
Far-se-á nossos vinte, trinta quarenta
Facilmente chegamos aos cinqüentas
Ápice, apogeu, topo...
Ate chegarmos quase o fim!