Quase tudo tem
Fui o alvo mais certo, entre todos
E quantas vezes
Pelas mãos do pensamento
Fui curando as feridas
Pouco a pouco.
Quantas vezes
O interior do meu ser
Se abstém de tudo.
Sofro,
Sofro calado.
Nenhum ruído é soado
Das cordas vocais na minha garganta.
Tantas sofreguidões
E tão poucas alegrias!
Dias de quermesse,
Missa aos domingos,
Sinos de Igreja
Nos meus ouvidos dormindo!...
Sobrevivo, à duras penas
A todo tipo de sorte que sou fadado.
Não sou dado a ressentimentos.
Quando minha vida transborda de amargura,
Fito o nada
E no pensamento trago o Éden.
Dou cabo a qualquer tipo de loucura...
E a cura?
Quase tudo tem.