VAZIO
Abre-se um vazio
na arcada dentária de concreto
e por momentos
posso ver o céu da boca
de uma cidade
tomada por apartamentos.
Abre-se novo vazio
na dentadura de concreto.
Qual enorme boticão
tratores e britadeiras
uma cárie da cidade
extraem com dente na destruição.
Preenchem-se todos os vazios
na boca aberta
do vulcão adormecido.
E a cidade de Ribeirão Preto
Recompõem -se em ricas próteses,
qual Fênix , do destruída.
Fecham-se os espaços.
O hoje não mais admira
o cenário da infância da gente.
A Capital da Cultura não chora
o tombar de seu patrimônio
que a nossa história torna indigente.