VAZIO

Abre-se um vazio

na arcada dentária de concreto

e por momentos

posso ver o céu da boca

de uma cidade

tomada por apartamentos.

Abre-se novo vazio

na dentadura de concreto.

Qual enorme boticão

tratores e britadeiras

uma cárie da cidade

extraem com dente na destruição.

Preenchem-se todos os vazios

na boca aberta

do vulcão adormecido.

E a cidade de Ribeirão Preto

Recompõem -se em ricas próteses,

qual Fênix , do destruída.

Fecham-se os espaços.

O hoje não mais admira

o cenário da infância da gente.

A Capital da Cultura não chora

o tombar de seu patrimônio

que a nossa história torna indigente.

Tórtoro
Enviado por Tórtoro em 13/07/2005
Código do texto: T33818