Nômade
Tem-se como bárbara;
o coração bravo que desbrava
o selvagem coração bravo.
Deserto, tem-se como deserto;
tão nômade e quente
quanto uma tempestade de areia.
Roubou um tempo que não era o dela
andando de um lado para o outro
no paralelismo da avenida árida.
Olhando o mar do sertão
girou por mil vezes,
e ainda mais mil vezes gira
na exuberante mandala
de sua mente incansável,
na imensa distração
das curvas das ruas perpendiculares
onde repousa os movimentos de seu giro.
A quentura consoladora do ermo satisfaz
enquanto há tempo para a poeira
nas lentes mutáveis dos seus passos.
No reverso o sinal.
É para lá que vai,
para os ventos mais profusos,
para o impecável reflexo da rosa mais copiosa.
Sempre mirando o mar do sertão.