Nômade

Tem-se como bárbara;

o coração bravo que desbrava

o selvagem coração bravo.

Deserto, tem-se como deserto;

tão nômade e quente

quanto uma tempestade de areia.

Roubou um tempo que não era o dela

andando de um lado para o outro

no paralelismo da avenida árida.

Olhando o mar do sertão

girou por mil vezes,

e ainda mais mil vezes gira

na exuberante mandala

de sua mente incansável,

na imensa distração

das curvas das ruas perpendiculares

onde repousa os movimentos de seu giro.

A quentura consoladora do ermo satisfaz

enquanto há tempo para a poeira

nas lentes mutáveis dos seus passos.

No reverso o sinal.

É para lá que vai,

para os ventos mais profusos,

para o impecável reflexo da rosa mais copiosa.

Sempre mirando o mar do sertão.

Leitora BNFS
Enviado por Leitora BNFS em 10/12/2011
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