Plantações de trigo

Uma vontade de chorar...

Por uma coisa que ainda não perdi.

Uma sensação no ar e dentro de mim

Como se erros fosse cometer.

Um arrepio na altura da espinha,

Como se minha sorte tivesse desfalecido

E eu não comando nada.

Nem os impulsos que impulsionam as minhas pernas.

Perdi o controle de tudo

E a nave do meu corpo, parece espatifar-se no chão.

Sinto câimbra, nos pés, nas mãos

E não posso escrever um dossiê.

Preciso de cúmplice, de cumplicidade!

Autuar em flagrante os donos da injustiça do mundo.

Pensam ser sábios,

Imaginam-se deuses

Quando são absolutamente o contrário.

Seres pecaminosos,

Pegajosos,

Mentirosos,

Bandidos,

Falsários...

Estelionatários da própria assinatura.

Olha o que fizeram do mundo!

Essa bola outrora, azul cristalina...

Agora, camada de fumaça

E mal podemos respirar!...

Ó! plantações de trigo que meus olhos queriam vislumbrar!...

Uma vontade louca de chorar

Por uma coisa que ainda não perdi,

Mas que sinto,

Saindo aos poucos de mim!...