Entardecer em urbana
Pelos campos e jardins
canta passarada em cabana.
Acoplada de árvores afins
cantos líricos à alma.
Súplica que se proclama.
Em urbana.
Urbana canta.
Sol se esconde, vem prateada.
Deita o corpo com amplitude.
Nos campos reflete deitada.
Enquanto pensa homem que reage
alma espreita a sorte.
Grande espera antes que chegue a morte.
Olhos palpitam.
Esperanças inflamam.
Lembranças na mente adormecem.
Na curva surge o amor, arrebata.
Coração de emoção, entorpece.
Saudade no peito mata.
Assim é a história.
Amor guardado na memória.
Passarada cala.
Lírico canta apaga.
Cai à noite e sonho adormece na calçada.
Urbana fria, profana à sorte de quem ama.
Regina Ferreirinha