COM OS MEUS BOTÕES

COM OS MEUS BOTÕES

Será que sou o senhor do volante?

Quem é que não me garante?

Mil vezes qualquer outro ambiente

Mesmo que seja um incoerente.

Cada dia mais certeza do erro

Sinto-me em meu próprio enterro.

Abri o meu coração pós-período de solidão a dois

Na morte da relação à nova não veio muito depois.

Não vesti o luto de negro veludo

Não chorei e nem fiquei bicudo

Apenas segui o meu caminho

De cabeça erguida indo sozinho

Quem entra aviso que sou letal

Dou prazer e no vicio sou fatal

Na cara a maquiagem e na alma a cicatriz

Não dou o direito de ficar infeliz

Já tenho a experiência da idade

Não tenho mais a luz da mocidade

Agora sou folha ressecada pela maresia

Solto ao vento dispenso qualquer companhia

Estou pronto para sair de cena

Não quero que de mim tenham pena

Fecharei as cortinas magistralmente

Deixarei o palco divinamente

Cada pessoa que por nos passa é um ato

Às vezes sair de cena é o mais sensato

No camarim olhar para espelho numa miragem

Encarar muitas facetas de seu personagem

Para o próximo ato subiremos ao estrado

Peça ou monologo em mim fico isolado

Apenas deixo a luz do refletor me iluminar

Espero o dia esta peça que chama vida terminar

André Zanarella 12-09-2011