PARTIDA

Partida

Estou de partida

como sempre estive

Agora

mas que nunca

sinto que vou morrer

O homem que habita em mim

esqueceu o poeta

matou a poesia

A mala vazia de sonhos

é a única dor que não carrego

O bolso cheio de esperança

é a única riqueza que não possuo

As estradas que não tinham fim

acabaram em precipício

Os sinais se apagaram

e os cruzamentos espiam

curiosamente os acidentes

e as mortes

Meus pés se recusam a partir

mas minha cabeça se projeta no mundo

O silencio das palavras

É a única companhia que não me cobra nada

e se eu pudesse

tivesse o poder de decidir

decidiria por ficar

Joban
Enviado por Joban em 09/12/2011
Código do texto: T3379878
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.