Fernando Pessoa

Pessoa é a encruzilhada.

Caeiro, Reis, Campos e os demais

são seus signos e seus sinais.

Em cada um, ele é vários

desses solitários,

e em cada adventício

há um ponto de interstício

a que convergem todos, e tudo, e nada.

Realidade inventada.

Ou fingida, não importa.

Não há saída. Não há porta.

Condenado ao mesmo aceno

em todos e em cada um,

é remédio amargo e doce veneno

que contém a todos e a nenhum.

Pessoa é síndrome e é tara,

mas terna e

eternamente

fugitivo

vivo:

ora quantidade suficiente para,

ora só princípio ativo.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 09/12/2011
Código do texto: T3379222
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