MARIPOSA
RAMEIRA!
De ti, me fiz amante primeiro.
Resoluta...
Só me deste teu amar passageiro.
Enamorados se apequenam a teus pés:
Lacaios ou fidalgos cavalheiros.
De todos me fiz o mais lucubre cantor;
Mas não me fiz rotineiro.
Tua alma não abriga rancor
És amante febril,
Não há quem mitigue o corpo abrasador.
O ungüento das benfazejas mãos
Extirpa as chagas do Trovador
Mas se moribundo padece da solidão
Hospeda em teu ninho de amor.
Teu vagabundo coração não tem dono:
É pássaro solitário.
Cultiva queixumes e desilusões
Como se fossem prendas do relicário.
Quantas vezes te vi; a prantear enfado acaso.
Nem o gorjear do uirapuru te libertará deste calvário.