Á QUERIDA RAQUEL, MINHA AMIGA

O poeta é a incógnita muito rara

Que, sem sair do chão busca outros mundos,

Vai ao céu quando a noite está bem clara

E ao abismo dos mares mais profundos.

E ao retornar à mesinha surrada

E outros voltam à cômoda prancheta

E vão poetar à sua excelsa amada

Que sempre é aquela deusa do planeta

E deixam a vida passar colorida,

Poetando sem parar e sem alívio

Um paraíso fazendo da vida

E da paixão um eterno convívio.

Ó verdes mares deste planeta

Força do mais famoso encantamento.

Ao longe o doce som da clarineta

E em nós uma saudade em pensamento.

Só o nosso coração está tristonho

Por estar longe de outro coração

Fica um instante e volta ao seu rincão.

A vida não é nunca qual queremos,

Às vezes só o pranto nos consola,

Mas não nos satisfaz os ais supremos

E nem ouvimos o toque da viola.

Que só nos aparece em lindo sonho

Salé, 03/07/11, às 12h Lucas