Enquanto Resiste a Alma

O dia não foi tão assim! Más;

A senhora já sente o que tem naquele semblante enrugado.

Somos assim, o desapego não aprendido tortura, pois não alimenta.

Ao um passar despercebido pelas farpas, mesmo quando já se foi;

Dói, dói sim, dói muito, me senti fraco e vulnerável

Leve, breve e assustador!

O que fizeram com a minha juventude? Assustei-me!

Tornei-me esse velho de vinte poucos anos.

Procurei o mais fácil!

A mera moda da notícia em prosa,

Tornei-me mais fácil para eles

E eles tornaram-me, nem sei o que!

Afunilaram as possibilidades

Desconfiaram do amor e;

Decretaram morte aos sonhos

Destruíram a longevidade da alma

Escureceram o branco e destruíram o amarelo

Tornaram tudo tão simples e escuro

Pois já não avia mais nada a dizer.

Tornaram-me!

Tudo fazia sentido, só para mim!

Mesmo assim ainda conseguia ouvir os gritos da minha alma

Não sabia o quanto os olhos mentem

Ainda não tinha aprendido a confiar na dor, más;

Ainda pressentia os gritos no silêncio.

Ainda avia chances. Uma das faces do lobo ainda não avia morrido;

Mesmo a outra sendo imortal. Confesso que tive medo de mim!

Éramos um só

Ainda existem reciprocidades entre bem e do mal?

E a senhora? Sempre estende a sua mão?

Restou-me ainda um pouco do que é bom, e

Agarrado ao profeta repetirei;

Só sei que nada sei.

Ferdinando Tropick
Enviado por Ferdinando Tropick em 06/12/2011
Código do texto: T3374997
Classificação de conteúdo: seguro