Insónias

Os meus olhos diligentes, viajantes

Das noites frias e brancas, adormecem,

Silentes, nas penumbras e fenecem

No Tempo das falésias ruminantes.

Os meus olhos diligentes, errantes

Nos luares dos rouxinóis, parecem

Estrelas decadentes, e se esquecem,

Com vagar, da luz dos áureos semblantes!

Agora ouvem, tão-só, badaladas

Perdidas nos compassos da minh'alma

Que se aninha nos braços de vivalma...

E nem os secos sons das pipiladas

Que poisam nos beirais do arfante peito,

Acalmam este olhar ao ermo atreito!