A ausência da poeta e a dúvida da ciência
A poeta chora no fim da vida
com a rima exposta e o sexo à mostra
entre cachorros e a figueira em prantos.
Para que e para quem tantos cantos?
Porque tantas palavras em afloro?
Porque tantas letras no papel branco?
O físico-mor do planeta
inglês de inteligência tanta
também tem dúvidas e pergunta ao povo:
qual é a saída e qual é o rumo?
deixar que esse mundo exploda
ou fazer de nós ratos da ciência
sacando fora os gens da violência?
A poeta a despeito do assombro
diante de tanta palavra e nenhum mudança
na dança de suas letras
tentou reescrever o mundo
perguntar à Deus
esculhambar tudo/pornografando em livros.
Sem isto morreria antes.
Já o cientista se respondeu incisivo:
a si mesmo/ por capricho:
sem isto não haverá outro caminho
disse ele de sua cátedra
tirar a fúria e nos fazer igual à planta
o mundo não aquentaria mais tanta guerra e poluição.
De qualquer forma choro a sós agora
a ausência da poeta e a resposta da ciência