Descompostura
Eu ainda farei um poema obsceno
Que diga quanto nojo sinto
De tantas falsas pudicícias
Eu ainda farei um poema tão imoral
Que fará corar as pedras
De tanta indiferença
Eu ainda farei um poema tão escrachado
Que abrirá as pernas dos deuses
E fará o delírio da poesia
Eu ainda farei um poema que coloque na ferida o dedo
e só o retire
quando sangrar