Ainda é Cedo
Ainda é cedo.
Eu lhe disse baixinho ao ouvido:
_Vamos viver este sonho?
E o que ouvi em resposta foi:
_Ainda é cedo para sonhar-mos.
Fugiria contigo se fosse possivel,
Viveria cada segundo os seus sonhos,
Como se fossem os meus,
Sorriria o brilho dos teus olhos,
E a faria adormecer sobre o calor de meus braços.
Mas você sempre diz:
_Ainda é cedo, o sol nem se pos.
Os pássaros ainda cantam os raios do dia,
Porque queres sonhar?.
Vejo o quanto estou enterrando meus risos,
E a minha felicidade, esperando você mudar a frase:
_Ainda é cedo.
Já esta caindo o inverno,
E os pássaros já migraram,
Mas tuas palavras parecem congeladas no tempo,
Estou vendo o brilho dos teus olhos se apagando,
E sempre você dizendo:_ ainda é cedo.
Ainda é cedo, para ser fraco e desistir de sorrir,
Os risos que jamais pude lançar a ti,
Por medo de os perder em vão,
Ainda é cedo para contar as batidas do coração,
Pela sua presença.
Ainda é cedo demais, para admitir que estou morrendo,
Que o amor sangrou demais minha felicidade,
E que como os pássaros eu devo partir,
Ainda é cedo para estar aqui,
Fazendo os mesmos planos que nunca irei realizar.
Ainda é cedo para te amar como te amo,
Para derramar os prantos da minha alma,
Para sofrer por teu silêncio,
E tua morte precoce, por não querer viver.
Ainda é cedo, demais,
Mas tenho que ir,
De encontro aos meus risos, ao brilho dos meus olhos,
Ao encontro de minha felicidade,
Pois aqui seremos duas almas feridas,
Morrendo... por medo de amar.