AMOR SUBLIME
Eu queria estar amado
Nem que fosse um só momento
No brilho do encantamento
Que asserena seu olhar
Quando as vezes no silencio
De uma noite mal dormida
Uma prece enternecida
Os teus lábios vem beijar
Eu queria ser no sono
Que lhe entorpece a razão
A suave inspiração
Do seu anjo tutelar
Pra cismar em teu suspiro
Tal como um pélago de luz
Que sua alma conduz
Ao céu de um doce sonhar
Eu queria ser ainda
Aquela estrela sem véu
Que fulgura neste céu
Qual tremente pirilampo
E nos languidos contornos
De um gemido que lhe escapa
Ser o espelho que retrata
Este amor que é quase santo
Queria ser a volúpia
Que desmaia em suas crenças
Ou ser a eterna presença
De Deus nos anseios teus
Ou quem sabe eu poderia
Corrigir-te a natureza
Com o fogo dessa vileza
Que arde nos beijos meus
Queria e quero ainda
Pousar no seu coração
Pois sou ave de verão
Que vacila sem destino
Não deixe meu doce amado
Que o vento das primaveras
Evapore estas quimeras
Matando esse amor divino!