TARDE DE CHUVA
Cai a chuva mansa. Um convite ao cochilo
Nesse sábado imenso de um final de novembro.
Esqueci a feira... o armazém... esqueci isso... aquilo...
Perdi-me no cochilo? Perdi-me na tarde? Não me lembro!
A chuva fina continua lavando todo o telhado;
Raspando o pó grosso, brincadeira do vento e poeira
Em dias em que o sol de olho grande e esbugalhado.
Deixou o vento fazer toda aquela grande sujeira.
Agora a chuva chegou calma cheia de afazeres.
Molhando as plantas, abastecendo rios, dando vida a vida;
Envolvendo a tarde em abraços e muitos prazeres,
Deixando-me preguiçosa, de mãos postas, agradecida.
DIONÉA FRAGOSO