Voz de um poeta
Tenho medo dos meus versos desatentos
E dos míseros atos hipocondríacos;
Das lembranças dos momentos auto-críticos
Que faz acalentado meu pensamento.
Tenho fome de poética abstrativa
Que aqui em meu íntimo se faz presente;
E nas tristes calçadas masoquistas
O obscuro do homem é resplandecente.
Não me tem a hipócrita poesia
Pois não mostra seus atos conseqüentes.
É fera, é fogo, é pó.
Que em noite de miséria vivo só;
Sabendo ser cálido, rouco, desastrado.
Mas que expulsa meu vômito abarrotado.