Voz de um poeta

Tenho medo dos meus versos desatentos

E dos míseros atos hipocondríacos;

Das lembranças dos momentos auto-críticos

Que faz acalentado meu pensamento.

Tenho fome de poética abstrativa

Que aqui em meu íntimo se faz presente;

E nas tristes calçadas masoquistas

O obscuro do homem é resplandecente.

Não me tem a hipócrita poesia

Pois não mostra seus atos conseqüentes.

É fera, é fogo, é pó.

Que em noite de miséria vivo só;

Sabendo ser cálido, rouco, desastrado.

Mas que expulsa meu vômito abarrotado.

Paulo Domac
Enviado por Paulo Domac em 05/01/2007
Código do texto: T337141