Domingo

Quando acaba o domingo,

Recomeça a semana.

Por que inicia no segundo dia?

Segunda-feira:

Turbilhão de preocupações,

Incessantes ocupações,

Inconstantes emoções –

Como um malabarista.

Continuar as tarefas

Da semana que se findou.

Ao mesmo tempo,

Novos desafios, limites, prazos –

Profissionais, familiares, pessoais.

A vida, a semana, a cada dia.

Já reparou que

Um sétimo da nossa vida

É domingo?

Isto significa

Que aos 70 anos de idade,

Teremos vivido

Dez anos de domingos!

Cada dia tem uma cara.

E os feriados mudam

Suas caras originais,

A dos que os precedem

E também dos posteriores.

Tornam úteis em inúteis,

E inúteis em úteis

Para outras coisas.

Há quem não goste do domingo

Por causa da segunda.

É sofrer por antecipação.

Quem sofre antes, sofre mais,

Algumas vezes desnecessariamente.

Eu gosto do domingo,

O dia em que vim ao mundo.

Somos totalmente donos

Dos nossos domingos.

São dias livres, nossos,

E não de obrigação.

Podemos usar nossos domingos

Para passear, descansar, dormir,

Ficar com a família, viajar,

Curtir mais nossos amores,

Dialogar, pensar, ler,

Assistir a filmes ou programas inúteis,

Fazer os serviços de casa

Ou não fazer nada...

Podemos visitar um amigo,

Fazer um telefonema,

Escrever palavras de incentivo,

Ou nos dedicar a outras pessoas.

E tem muita gente, é claro,

Que trabalha aos domingos.

De toda forma,

Nós é que programamos

O nosso domingo,

Nós é que escolhemos

Como vivê-lo,

O que não impede

De recebermos surpresas!

Domingos devem ser dias felizes,

Cheios ou tranquilos,

Mas sobretudo felizes.

Porque domingo é domingo,

E não apenas véspera da segunda.

(Catalão, 26/09/2010)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 04/12/2011
Código do texto: T3371182
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