A TRANÇA
A TRANÇA
Destrancei a trança que enlaçaste,
nas delicadas pontas dos teus dedos,
e nas pontas dos meus dedos desfolhei
o que os teus olhos disseram em segredos
Não fui eu que inventei aquele brilho
Das pérolas, das conchas, do teu mar
Mas naveguei nas pedras do teu trilho
De luz... e que bem me soube ali nadar
Naveguei a pano solto, sem resguardo
No mar encarpelado do teu corpo
Depois de sentir o alvoroço no teu porto
Desaguei em mim... e quase morto
Ainda consegui entrelaçar
O resto do cabelo que aqui guardo...
Tenho-te ainda na lembrança
Nas memórias indissolúveis de criança
Que sejas luz em mim
E a tua trança se renove
Na singela esperança que me move.