A TRANÇA

A TRANÇA

Destrancei a trança que enlaçaste,

nas delicadas pontas dos teus dedos,

e nas pontas dos meus dedos desfolhei

o que os teus olhos disseram em segredos

Não fui eu que inventei aquele brilho

Das pérolas, das conchas, do teu mar

Mas naveguei nas pedras do teu trilho

De luz... e que bem me soube ali nadar

Naveguei a pano solto, sem resguardo

No mar encarpelado do teu corpo

Depois de sentir o alvoroço no teu porto

Desaguei em mim... e quase morto

Ainda consegui entrelaçar

O resto do cabelo que aqui guardo...

Tenho-te ainda na lembrança

Nas memórias indissolúveis de criança

Que sejas luz em mim

E a tua trança se renove

Na singela esperança que me move.

ressoa
Enviado por ressoa em 13/07/2005
Código do texto: T33687