"GOTEJANDO A SORTE"
Bate levemente as asas
Emplumado cantador
Entre um galho em flor
E outro, para uma pausa.
Voa sem ter destino,
Mas sempre, volta a pousar
Na mesma árvore do pomar
Observado pelo menino.
Num dia de pouca luz,
Desatencioso, o passarinho
Volta para seu ninho.
Viu-se deitado em cruz:
Asas mortas no chão
E a alma sem direção.
(ARO. 1997)