À FLOR DA PELE
Está tudo à flor da pele
Já nem me preocupa
Que o meu sentimento se revele
Só uma ideia me ocupa
Cavalgar a garupa
Do sentimento
Deixar-me flutuar ao vento
Ser brisa, furacão...
Ou simplesmente tempestade...
Tempestade!
Está tudo à flor da pele
Pareço até infantil
Há qualquer coisa
Que me impele
Na primavera de Abril
Aquele jeito terno de se abrir
Aquele olhar traquina
Que me mata
Aquele sorriso prata
Que inebria
Aquela voz de amor que contagia
E me transtorna
Sinto na cabeça
O som do ferro na bigorna
E cá dentro
Qualquer coisa se transforma
Qualquer coisa
Que não sei ainda
Qualquer coisa que não sei
Mas sei que é linda
Está tudo à flor da pele
E do poema
E sei que não é rima
Se a rima desatina sem doer
Não sou eu que vou sofrer
Eu sou apenas
A matéria-prima
Por viver
Está tudo à flor da pele
E do prazer...
Está tudo à flor da pele...
Está tudo à flor da pele
E por fazer...