À FLOR DA PELE

Está tudo à flor da pele

Já nem me preocupa

Que o meu sentimento se revele

Só uma ideia me ocupa

Cavalgar a garupa

Do sentimento

Deixar-me flutuar ao vento

Ser brisa, furacão...

Ou simplesmente tempestade...

Tempestade!

Está tudo à flor da pele

Pareço até infantil

Há qualquer coisa

Que me impele

Na primavera de Abril

Aquele jeito terno de se abrir

Aquele olhar traquina

Que me mata

Aquele sorriso prata

Que inebria

Aquela voz de amor que contagia

E me transtorna

Sinto na cabeça

O som do ferro na bigorna

E cá dentro

Qualquer coisa se transforma

Qualquer coisa

Que não sei ainda

Qualquer coisa que não sei

Mas sei que é linda

Está tudo à flor da pele

E do poema

E sei que não é rima

Se a rima desatina sem doer

Não sou eu que vou sofrer

Eu sou apenas

A matéria-prima

Por viver

Está tudo à flor da pele

E do prazer...

Está tudo à flor da pele...

Está tudo à flor da pele

E por fazer...

ressoa
Enviado por ressoa em 13/07/2005
Código do texto: T33668