Menor que um grão de areia

Como um corpúsculo diante do sobrenatural

No momento da origem Deus

Sensível. Pouco perceptível.

Ínfimo. Quase incorpóreo

Aleatório, mas, em partículas dependentes

Um resumo lançado naturalmente a qualquer sorte

Com direito a possuir determinada porção de vida

Da terra, o pó da poeira vagante, arremetido

Um grão de areia serpejante no leito de um rio

Deslocando-se tortuoso

Por entre pedras maiores,

Sob itinerantes desvios

Quantas vezes pequeno demais

Para questionar o abstraído

Tão leve, diminuto

Improvisado e dissolvível

Propenso a deixar de existir por iminência

Subliminal.

Enfim, um superficial grânulo minimizado

Que ainda, por breve exposição,

Húmile e com simpleza

Quer apenas enunciar-se em tradução:

“Simplesmente Eu”

George Lemos
Enviado por George Lemos em 01/12/2011
Reeditado em 10/03/2012
Código do texto: T3366149
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