Versos terminais aos loucos
Vozes desfiguradas a ressoar
no meu ser todo conturbado,
afogadas neste hediondo ar;
a soluçar, assolando-me o fado!
Tosses cuspindo minha vida em escarlate,
por razoes de acintoso desprezo.
Réus são os pulmões, símeis e negros,
a apodrecer em deleite, eis a repulsiva verdade…
A doença consumiu-me o porvir,
sugou os detritos d'uma sutil juventude,
fez-me um hórrido boçal a se ferir
para aliviar a sede por morte, amiúde.
Desdenho meu ser em embriaguez;
sem garrafas ou copos, é puro o delírio,
dissolvido em estrofes que ostentam lucidez
Com fins redundantes d’outro pseudo-suicídio…