LABIRINTO
Preso, julgado e condenado,
Justo ou injustamente sem apelação
Por amar e não ser amado,
É a vida, é a morte, uma canção.
Estou neste labirinto e sei
Que não tenho saída,
Diz o meu instinto
Neste caminho só tem ida.
Sem volta, obrigado a caminhar
Por caminhos estreitos, sem luz,
A lugar nenhum eu vou chegar
Carregando sempre a minha cruz
Na solidão da caminhada,
Escuto apenas meu silêncio
Gritos de uma alma amargurada
Minhas lembranças, meu suplício.
Tortura de um ser que chora,
A perda — sonhos sonhados
Mortos no ontem e no agora,
O homem e o poeta marcados.
Sem mais esperanças, cansado,
É o final de tudo, o não ser,
Não há futuro sem passado
— morre-se, é o não viver...
Marcus Catão