Poesia da Ciência
O casarão sucumbiu cansado.
Seus dois olhos
e sua enorme boca
não perscrutam mais
a rua que lhe serviam
- olhos, ouvidos e boca do rei –
(sátrapas)
A avenida modernizou-se
Comprovando a Ciência
(até na história dos monumentos):
“Quem não se adapta,
EXTINGUE-SE”
L.L. Bcena, 19/07/2011
POEMA 497 - CADERNO: POEMAS AZUIS*
*Dedicado ao meu filho, Phill.
AZUL
Uma vanessa tropical travou na campânula
de uma ipoméia
o vôo oscilatório e helicoidal.
Dobra o quimono de franjas sinuosas,
marchetado e hachureado
com minérios de cobre:
aréolas, anéis, jóias concêntricas,
olhos de íris elétrica e de pupila enorme,
ocelos de um leque de pavão.
Sinto o perfume da flor nova,
com mais dois estames, buliçosos,
e quatro pétalas, de um esmalte raro,
molhadas nas tintas de céus fundos,
e cromadas com faiança das lagoas...
João Guimarães Rosa – in: MAGMA
PS- Phill,
observe que no corpo do poema não aparece o vocábulo 'AZUL', mas o poeta nos arremete a variedade de substantivos azuis e daí o título do texto (coisas de poetas, sobretudo do grande J.G.R).
Leonardo Lisbôa.