DESVAIRADO TEMPO...

O tempo, esse louco, desvairado sem razão;

foge-se por entre os dedos da vida.

E num furtar as lágrimas fluem,

gotas a gotas de olhos que tem

um século de dor acautelada

sobre os ombros talhados

de meses e dias infindos!

Este poemeto dará, enquanto há tempo,

um beijo úmido no seu rosto único.

Dirá, também, que ainda há um

amor aqui, apesar da urgência

do tempo; dirá, que do amor

que tivemos vive os dias

enfadados do meu hoje!

E o tempo que pisa louco rumo ao fim

num soluçar de linhas paralelas,

apagará rastros de um sonho

que junto sonhamos; ter um

tempo diferentemente de

tudo que de fato sobrou

para nós dois agora!

E o que tempo que balança na praça

é diferente do que conta meus dias.

se for verde a primavera é o tempo

que pinta, se for longo o inverno

é o tempo que insiste; se breve

for o verão é que o tempo tece

ardilosamente noite escura!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 29/11/2011
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