CASA ABANDONADA
Eu tenho um não-sei-quê com o passado.
Ele é uma casa abandonada a abrir-me as portas.
Eu nem sei por que me dou a esse cuidado
De ali reviver lembranças mortas.
Uma casa abandonada é templo de mistério
De anjos a projetarem-se nas paredes
Da recordação, como em cemitério
Da imaginação ao teto.
Faço do enigma objeto.
A febre, o delírio, a emoção
Do menino, a visão...
Numa casa abandonada ouço armadores e redes
Balançando imortalidades
Que ao vento, invisíveis e sem vozes,
Chamam-se apenas saudades.
Eu tenho um não-sei-quê com o passado.
Ele é uma casa abandonada a abrir-me as portas.
Eu nem sei por que me dou a esse cuidado
De ali reviver lembranças mortas.
Uma casa abandonada é templo de mistério
De anjos a projetarem-se nas paredes
Da recordação, como em cemitério
Da imaginação ao teto.
Faço do enigma objeto.
A febre, o delírio, a emoção
Do menino, a visão...
Numa casa abandonada ouço armadores e redes
Balançando imortalidades
Que ao vento, invisíveis e sem vozes,
Chamam-se apenas saudades.