(((<Declaração de Amor>)))

Eu quis amar, como as ondas que bailam simetricamente buscando o aconchego da areia, na espuma concentrada de desejos que dança em suave beijo.

Como quem anda perdida num céu de algodão doce, que nada mais é que nuvens condensadas de sorrisos aplacando qualquer caminho de escuridão

Como a brisa que venta delícias para além do horizonte, como se distância fosse um mero movimento...e o tempo seguisse só ao encontro da chegada, jamais partida.

Eu quis amar mesmo sem compreender o amor e saber dos laços que nos atam as paixões...como que pra isso fosse necessário somente se despir das ilusões

Ah, como eu quis, perder o tino num momento oco do destino, revirar cada segundo sobre o meu instinto...e então apartar de mim o meu eu, e por um segundo ser o teu alguém.

Sim, eu quis...passeei num surto de jardins floridos...e levei asas para o que fosse preciso...pois pra quem ama nada é impossível...e borboletas são acompanhantes secretas do avesso intimo.

Eu quis amar,como quem caminha descalço sobre espinhos e colhe do ar os vestígios que são sinais borboléticos de ternura...e deitar sobre a rede das emoções, ventando a paz que eu mereço...rasgar qualquer razão e abusar dos lábios da verdade que me inspiram a poesia.

Ah, eu quis, não nego!Que meu mundo se transformasse em folhas de silêncio pra acalentar o que te falta, e num gesto suave parir o próprio paraíso para adornar o teu querer oculto, movendo os ventos da estação...restaurando a vida no teu coração.

Eu quis ser tão tua, que jamais fui minha...e na busca dos sonhos descobri que o amor já existia, antes mesmo de mim, de ti, de nós...Que tudo que eu quis, eu tenho e vivo num hoje que nunca termina, num amanhã que sempre cresce, num ontem que revive a cada instante a magia e a felicidade de amar e ser amada.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 28/11/2011
Reeditado em 28/11/2011
Código do texto: T3360736
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