PALHAÇO

PALHAÇO

Rosto fransinho e queimado pelo tempo,

Pintado de aguarela, encobrindo o sofrimento,

Sorriso no rosto contrariando a alma,

Roupas largas e coloridas,

Crianças em volta delirando com a ilusão,

De um homem grande, engraçado e brincalhão.

Os gestos de criança e ideias infantis,

Transformam o palhaço no reino de petiz,

Olhar esbugalhado, procurando a própria mão,

E a criança ajudando, informa o palhaço da sua confusão,

“Tua mão está no braço, aí junto à outra”,

E o palhaço fica às voltas,

Procurando a mão nas suas costas.

O espetáculo termina, mas a alma não desaparece,

Palhaço sorri na desgraça,

Olha o mundo todo de graça,

Faz do nada a fortuna,

Vai de bicicleta da terra até à lua,

Chora um rio numa palmada,

Faz do dia uma risada!

Nenúfar 27/11/2011