O POEMA FEIO
Certa vez escrevi um poema
-que poema feio!
Os versos desmetrificados,
As rimas de pés-quebrados,
O texto sem ter teor,
Sem forma e sem sabor...
Assim era o poema
Que depois eu li
Com tanta pena.
Não do poema!
Mas do poeta
Que lutou lutou
Mas não conseguiu agarrá-lo
Em sua fuga inusitada!
Sim, esse poema
Que nasceu de mim.
E agora ele me olha
E é como se me falasse:
Eu nasci feio, mas nasci livre!