Namorada Vida
(Estrada Humana – Otávio da Silva Costa Filho)
Um beijo cauteloso acalma o meu devaneio
Onda de descaso para o novo pensar
Não ficarei abandonado em ti
Na razão de uma paixão desmedida
Calculo cada passo em que passa meu exagero
Em desentendimento com a minha anarquia
Deparo com tua modernidade
Acautela em mim a certeza que logo
Vais me abandonar para sempre
Mesmo sem motivo aparente
Brincas comigo
Crio defesas para evitar o domínio da sua escravidão
Em suas investidas ora estou no paraíso, ora no descaso, no vazio
Um inverno gelado é meu ânimo
Na aldeia do ridículo
Não conto mais as traições feitas, as festas desfeitas
Tantas incertezas...
Tua convivência tem feito de mim um covarde
Uma existência em estado de improviso
Embriagada com vinho barato.